Carlos Bernardo González Pecotche (11/08/1901- 04/04/1963), pensador e humanista, deixou uma vasta obra bibliográfica e uma Escola de Adiantamento Mental com sedes na Argentina, Uruguai e Brasil.
A Logosofia – ciência original de sua criação- continuou a ser estudada nas diversas sedes da Fundação Logosófica em Prol da Superação Humana, instituição que criou e presidiu por 33 anos, e que conta hoje com diversas filiais na América, Europa e Oriente Médio.
O objetivo dessa nova ciência é o estudo do ser humano em sua configuração psicológica e espiritual. Para González Pecotche, viver deveria significar muito mais do que ser um mero espectador do teatro da vida; um repetidor de frases e gestos criados por outros. E, para que se pudesse chegar à compreensão clara do significado da vida e seu conteúdo, seria necessário conhecer e exaltar o amo à ela. Não o egoísta, separatista, que distancia os seres humanos por interesses diversos, raças, ideologias ou religiões, mas, o verdadeiro, o que exala cada criatura, gesto e amanhecer, como um motivo de vida, alegria e verdade.
“A Sabedoria de Deus está plasmada na Criação, enquanto que a do homem consiste em conhecê-la e servir-se dela para superar as etapas evolutivas de seu gênero”, escreveu o pensador. E conclui que “o homem busca o conhecimento porque é o meio pelo qual chega a compreender a sua missão, e sentir a presença em sua vida deste ser imaterial, que responde ao influxo da eterna Consciência Universal, e é portador, através dos tempos, da existência individual”.
O conhecimento move o homem para se elevar, deixar de ser o que é para ser algo melhor; e é o grande agente criador das possibilidades humanas.
Na certidão de óbito do ilustre pensador consta a profissão de escritor, autor de composições literárias ou científicas. No dizer do advogado, José Antonio Antonini, estudante de Logosofia, e editor, que teve a oportunidade de conhecer, pessoalmente, González Pecotche, “aqui se sobressai uma dessas particularidades do escritor: ele é autor de composições, não somente de uma ou outra modalidade, senão de muitas, tanto literárias quanto científicas. E fazia-o valendo-se de formas conhecidas, como o romance, o diálogo, a expositiva, a poesia, o tratado, etc, mas sempre vinculando tais formas ao gênero científico, visto ser o criador de uma ciência que denominou Logosofia, uma especialidade científica e metodológica que se ocupa da reativação consciente do indivíduo”.
“Também foi editor, ilustrador, pintor, músico e compositor. Sua partitura sobre Recordações Egípcias, ele a executava em uma rádio argentina”.
“O que o distinguia da generalidade dos escritores era esta aptidão de incursionar em todos os matizes da composição literária, vinculando o leitor aos princípios metodológicos e científicos da ciência da vida ou do invisível, que se encontra em cada ser”.
“A vida do ser humano tem dois grandes objetivos: evoluir na direção da perfeição e tornar-se um verdadeiro servidor da humanidade”. Com essas palavras, o pensador sintetizou o conteúdo da direção apontada por uma grande vontade, que habita todos os corações humanos e, tal qual uma lei, impulsiona-o para ascender às alturas inefáveis do conhecimento e realização humanas.
Dentre as grandes lições deixadas pelo grande humanista, destaca-se a da gratidão ao bem recebido, que nos permite mantê-lo em nossas mentes e corações, como um talismã a substanciar os dias futuros e iluminar o caminho dos que virão trilhá-lo.
Através da gratidão e da recordação, o espírito daqueles que beneficiaram a humanidade em sua breve passagem pela terra haverá de sobreviver e prosseguir em seu silencioso e humanitário trabalho, invisível aos olhos de muitos, mas sólido e consistente sob a perspectiva da História.