Andar a pé faz bem. Costumo mudar o trajeto, para manter viva a ideia de que a rotina não é boa, e que se pode caminhar com os pés e a mente, pois a vida é uma grande caminhada.
Andar, mentalmente, requer algum esforço, começando por saber o que existe dentro da mente, quais pensamentos estão a governá-la, se são úteis ou inúteis – grande mistério, que, decifrado, poderá se constituir na reversão da condição humilhante em que a maioria vive, escravizada por pensamentos que vêm dominando os seres humanos há séculos -.
Caminhar, mentalmente, implica liberar-se de preconceitos, da rotina e do temor – arma maligna dos que pretendem subjugar as pessoas pelo terror -.
Todas as limitações humanas são mentais, provêm da ignorância, que paralisa a inteligência do homem tornando-o um dócil instrumento nas mãos de pensamentos estranhos ao seu sentir, mas que sua mente indefesa não consegue repelir.
A grande crise que vive o homem de hoje é mental, porque o ser humano deixou de pensar, e a anarquia é causada por pensamentos que pervertem as mentes dos homens indefesos, ignorantes de si, pervertendo também a convivência humana, que vai se tornando cada vez mais difícil e penosa.
Para poder se controlar é necessário aprender a pensar, criar pensamentos, ideias e soluções, que nos permitam sair do labirinto em que nos encontramos, presas fáceis de pensamentos monstruosos, os quais foram se gestando nas mentes através dos séculos. A crise mental é a causadora da social e humana.
O penso logo existo de Descartes segue sendo uma quimera; se o homem pensasse, não se comportaria com o seu semelhante como tem feito, pois inteligência pressupõe convivência pacífica entre as pessoas.
O homem segue sendo um mistério para si, porque se desconhece, não sabe o que tem na mente e nem como aperfeiçoar esse mecanismo, mas traz no fundo de seu coração a esperança de encontrar o caminho que o leve de volta para o seu mundo.
Esta será sua grande e definitiva caminhada.
Nagib Anderáos Neto
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