07/11/1901- 09/11/1964
Houve um tempo no qual, de minha janela, se viam um quintal florido, uma ameixeira e uma
figueira; um céu emoldurado por nuvens, esperança e muita paz.
Houve um tempo no qual, de minha janela, se viam um Pinheiro, outro jardim, e um pássaro
lindo, cantando para mim.
Houve um tempo no qual, de minha janela, se viam um rio e uma estrada, e se ouviam um
choro de criança, que chegava.
Houve um tempo no qual, de minha janela, se viam duas crianças brincando no meu jardim,
com o animalzinho da infância, num latir sem-fim
Houve um tempo no qual, de minha janela, se viam outras janelas, e se ouviam a algazarra de
três crianças, e o latido de outro animalzinho da infância.
Houve um tempo no qual, de minha janela, se viam muitas árvores, mas não se ouviam mais as
crianças.
Há um tempo no qual, de minha janela vejo o mar, e vivo a sonhar, e lembrar de outros
tempos.
Eu escolhi o meu sonhar.
Nagib Anderáos Neto
26/02/2021