TALES DE MILETO

TALES DE MILETO

Tales de Mileto é conhecido como o pai da filosofia. De ascendência fenícia, nasceu na antiga colônia grega, hoje Turquia, 624a.C., e faleceu por volta de 556. Referia-se à existência de um principio único como sendo a água, talvez uma metáfora, que se referisse ao rio Estige. Dois mil e quinhentos anos antes de Darwin, vislumbrou uma evolução vinda da água e, como Empédocles, sobreviveria o melhor capacitado; hoje, diríamos que sobrevive o mais adaptado.

Comerciante, político, filósofo, matemático e astrônomo, foi considerado um dos sete grandes sábios da Grécia, um homem extremamente prático. Atribui-se ao pensador muitas demonstrações geométricas, principalmente a de que quando duas retas se cortam, os ângulos opostos pelo vértice são iguais; uma circunferência é dividida em duas partes iguais por cada um de seus diâmetros; um triângulo fica perfeitamente definido por sua base e os ângulos de suas extremidades; os dois ângulos da base de um triângulo isósceles são iguais, etc.

Aristóteles considerou Tales o iniciador da filosofia, por ter tido o tempo necessário que o ócio criativo exige, pois era um rico mercador.

Não é provável ter sido o primeiro homem a filosofar, a indagar sobre nossa origem e destino, pois tal postura faz parte da natureza humana, mas sim herdeiro de antigos conhecimentos e inquietações de egípcios e babilônios. Não há nenhum registro escrito de sua autoria, senão referências. A busca da unidade, da causa única, está relacionada com o pensamento de Heráclito de Éfeso, seu sucessor, outro pré-socrático, para quem “todo o acontecer é regido por Leis Universais“; viveu de 535a.C. a 475 naquela cidade greco-romana da antiguidade, a segunda maior do Império, localizada onde hoje também se encontra a Turquia. O obscuro pensador Heráclito dizia serem as mudanças a essência das coisas, como a corrente de um rio no qual não se pode entrar duas vezes. Como aquele rio, a vida é cambiante, e deverá ser por nossa vontade, não pela alheia. A essência da evolução é o movimento. O homem, entidade ímpar nesta parte da Criação, poderá realizá-la conscientemente em sua natureza mental e psicológica.

Tales é também conhecido como o filósofo do poço, o absorto pensador que, ao observar as estrelas, esqueceu-se do que estava abaixo de seus pés e afundou num fosso profundo; pressentiu a unidade por detrás da multiplicidade, e com ela o divino, o profundo, o invisível, o inominável, tudo cheio de mistérios, deuses, profundidade.

Para muitos, foi o primeiro a indagar sobre o contingente, o passageiro, o eterno, buscando a explicação da origem de tudo, e com os olhos tão distantes do dia-a-dia corriqueiro que foi capaz de perder o chão sob os pés por ter os olhos perdidos em abstrações, para muitos inúteis, necessárias a quem quer pensar com liberdade.

A inquietante busca da Verdade, da finalidade da existência humana, do significado da divindade e do Universo, ao invés de aceitar versões duvidosas sobre as questões que cada um deve esclarecer por si, faz com que muitos seres humanos dediquem suas vidas para se esclarecer e a outros, que tenham as mesmas preocupações.

Talvez esse seja o objetivo da vida.