Tigre, tigre, brilho ardente
Nas florestas do poente,
Que mão imortal, que olhar formaria
A tua rara simetria?
Em que abismo distante, em que altura
Ardeu o fogo do teu olhar?
Em que asas ousaste te elevar?
Qual a mão ousou da chama se apossar?
Qual o ombro, qual a arte
Teceria as fibras do teu coração?
E tendo ele batido
Que terríveis pés, que terrível mão?
Qual martelo? Qual ferramenta?
Qual fornalha fundiu a tua mente?
Qual bigorna? Que força terrível
Ousa teus temores mortais abraçar?
Quando as estrelas lançaram seus dardos
(de luz)
E inundaram o céu com suas lágrimas,
Vendo Sua Obra Ele sorriu?
Ele que fez o cordeiro e a ti?
Tigre, tigre, brilho ardente
Nas florestas do poente,
Que mão imortal, que olhar formaria
A tua rara simetria?
Tradução: Nagib Anderáos Neto