Adeus a Mario Gattai

Adeus a Mario Gattai

 

Minhas mãos imóveis

Sentem vontade de gestos que nem sei…

Talvez saudade do palco,

Talvez da Infância.

 

 

Mario Gattai já se vai

Chamando Cinique,

E nossos beijos interrompidos,

Transformados em ouvidos,

Saberão o veredito das igrejas

E dos partidos

Do socialismo e do capitalismo.

 

 

Talvez a Ópera

Talvez a praia

Talvez o vinho

Talvez um almoço no domingo.

 

 

Guardo em minha casa as tuas pinturas,

Nos meus filhos os teu tiques,

E Cinique,

Que te roubei um dia sem saber,

Te guardarei,

 

Até que voltes,

 

Até que retornes pra viver.