Carlos Bernardo González Pecotche nasceu em 11 de Agosto de 1901, tendo falecido aos 61 anos, em quatro de Abril de 1963. Deixou uma vasta obra bibliográfica e uma Escola de Adiantamento Mental com sedes na Argentina, Uruguai e Brasil.
A Logosofia-ciência original de sua criação-continuou a ser estudada nas diversas sedes da Fundação Logosófica em Prol da Superação Humana, que conta hoje com diversas filiais na América, Europa e Oriente Médio.
O objetivo dessa nova ciência é o estudo do ser humano em sua configuração psicológica e espiritual. Para González Pecotche, viver deveria significar mais do que ser um mero espectador do teatro da vida, um repetidor de frases e gestos criados por outras pessoas. E para que se pudesse chegar à compreensão clara do significado da vida e seu conteúdo, seria necessário conhecer e exaltar o amor à própria, à existência. Não o egoísta, separatista, que distancia os seres humanos por interesses diversos, raças, ideologias ou religiões, mas o verdadeiro, o que exala cada criatura, gesto, amanhecer, como um motivo de alegria e verdade.
“A Sabedoria de Deus está plasmada na criação, enquanto que a do homem consiste em conhecê-la e servir-se dela para superar as etapas evolutivas de seu gênero”, escreveu o pensador. E conclui que “o homem busca o conhecimento por que é o meio pelo qual chega a compreender a sua missão e a sentir a presença em sua vida deste ser imaterial, que responde ao influxo da eterna Consciência Universal e é portador, através dos tempos, da existência individual”.
Portanto, o conhecimento move o homem para que se eleve, deixe de ser o que é para ser algo melhor; e é o grande agente criador das possibilidades humanas.
Na certidão de óbito do ilustre pensador consta a profissão de escritor, autor de composições literárias ou científicas. No dizer do advogado José Antonio Antonini, estudante de Logosofia e editor, que teve a oportunidade de conhecer pessoalmente González Pecotche, “aqui se sobressai uma dessas particularidades do escritor: ele é autor de composições, não somente de uma ou outra modalidade, senão de muitas, tanto literárias quanto científicas. E fazia-o valendo-se de formas literárias conhecidas, como o romance, o diálogo, a expositiva, a poesia, o tratado, etc, mas sempre vinculando tais formas ao gênero científico, visto ser o criador de uma ciência que denominou Logosofia, uma especialidade científica e metodológica que se ocupa da reativação consciente do indivíduo”.
“Também foi editor, ilustrador, pintor, músico e compositor. Sua partitura sobre Recordações Egípcias, ele a executava em uma rádio Argentina”.
“O que o distinguia da generalidade dos escritores era precisamente esta aptidão de incursionar em todos os matizes da composição literária, vinculando o leitor aos princípios metodológicos e científicos desta ciência da vida ou do invisível, que se encontra em cada ser”.
“A vida do ser humano tem dois grandes objetivos: evoluir na direção da perfeição e tornar-se um verdadeiro servidor da humanidade”. Com essas palavras o pensador sintetizou o conteúdo da direção apontada por uma grande vontade, que habita em todos os corações humanos e, tal qual uma lei, impulsiona-o para ascender às alturas inefáveis do conhecimento e da realização.
Dentre as grandes lições deixadas pelo humanista, destaca-se a da gratidão ao bem recebido, que nos permite mantê-lo em nossas mentes e corações como um talismã a substanciar os dias futuros e iluminar o caminho dos que virão trilhá-lo.
Através da gratidão e recordação, o espírito daqueles que beneficiaram a humanidade em sua breve passagem pela Terra haverá de sobreviver, e prosseguir em seu silencioso e humanitário trabalho, invisível aos olhos de muitos, mas sólido e consistente sob a perspectiva da História.