O Líbano, porta da Ásia, é uma grande cordilheira que se joga sobre o Mediterrâneo. De norte a sul, 200 km de costa, oeste a leste, uns 50, desde o mar até a fronteira com a Síria. Pequeno em tamanho, grande em história e cultura.
Mar e montanhas muito próximos.
Em março, desde a praia, se pode vislumbrar a neve no Monte Líbano, e passar a manhã sob o sol e, à tarde, esquiar nas montanhas geladas.
Sítios arqueológicos ímpares, Biblos, Baalbek, e tantos outros, os quais sucederam aos fenícios, egípcios, gregos, romanos, otomanos, vestígios de construções e culturas gritantes, difícil de descrever em palavras.
Com seus quatro milhões de habitantes e dois de refugiados, um país em permanente reconstrução, verdadeira Fênix da civilização, hospitaleiro, belo, tenso, extremamente receptivo, principalmente aos brasileiros, pois aqui vivem cerca de 7 milhões de descendentes.
Visitar o Líbano é conhecer um pouco de uma grande história, nossas raízes culturais, berço da escrita.
O país vive dias incertos devidos ao conflito na Síria, onde o estado islâmico sunita, apoiado pela Arábia Saudita, enfrenta o governo do país, e os xiitas, apoiados pelo Irã.
No Líbano, o Hezbollah, partido político xiita, é tido pelos vizinhos como ameaça, apesar de defender o território. Questões econômicas e religiosas alimentam o conflito.
Um país milenar, com uma riqueza humana, natural e arqueológica ímpares, livro de história para o mundo, precisa ser salvo da ambição e incompreensão humanas.
O branco lugar de praias e montanhas merece paz e futuro. Apesar de ter sido reconstruído inúmeras vezes, como agora, o envolvimento num grande conflito significaria uma perda irreparável para a humanidade.
O Brasil, com tantos descendentes, precisa se mobilizar, através de informação e colaboração, com aquele povo hospitaleiro, que sempre abrigou refugiados, perseguidos, como o faz agora, nos campos sírios e palestinos.
Dom Pedro II abriu as portas de nossa Pátria, ao final do século XIX, para que aquele povo trabalhador aqui viesse ajudar a construir um país continental. Agora é nossa vez de corresponder ao esforço de tantos libaneses, colaborando neste momento difícil de guerras e incompreensões, para que a terra de nossos ancestrais fenícios continue sendo a eloquente expressão de nossa história.