Recordar é Viver

Recordar é Viver

 

Apesar do dito popular, tão repetido e propalado, o ser humano esquece, com muita facilidade, tudo o que vai vivendo. “Recordar é viver” são palavras que ressoam desde há muito tempo; e parecem traduzir um conhecimento, sábia intuição, a nos apontar para a revivescência daquilo de bom e grato acontecido. É inegável a emoção ao reviver momentos marcantes em nossa trajetória ,e, ao revisitá-los, é como se retornássemos ao passado, voltando àquele dia tão grato.

Apesar disto, vamos esquecendo muitos momentos importantes e felizes. Às vezes, eles  não foram tão grandiosos, acontecimentos marcantes, mas pequenos instantes, que, unidos a outros, poderiam se transformar em grandes recordações, que nos servissem para alentar os dias futuros, e nos auxiliar na transposição de momentos difíceis, que, inevitavelmente, todos deveremos enfrentar. Não há dúvida que estas recordações e emoções constituem forças poderosas, a nos permitir transpor transes angustiosos.

Qual, então, o motivo da tendência ao esquecimento? Será que não fomos suficientemente atentos durante os bons momentos vividos? Não deveríamos tê-los registrado em nosso caderno íntimo, de forma a poder relê-los quando quiséssemos? Por que este esquecimento da vida que fomos vivendo? Por que a  ingratidão para com o passado, as pessoas que coloriram a nossa existência?

Este esquecimento vai matando, aos poucos, quem fomos, e as pessoas com as quais convivemos. Essa morte definitiva e irrecuperável, causada pelo esquecimento, é algo que pode ser evitado, se olharmos a vida de uma maneira mais ampla,  profunda; se a encararmos como uma oportunidade única, maior que o suceder monótono de dias repetidos e esquecidos. Na verdade, para reter dentro de nós os mágicos momentos vividos, é necessário querê-lo firmemente, ter um preparo mental e sensível, e compreender que passado e futuro devam se fundir num grande presente, e nunca morrer.

Recordar é viver se o vivido é retido, e jamais esquecido.